sábado, 15 de setembro de 2012

Sem a unidade cristã, o mundo não vai crer!

Existem mais de duzentos e cinquenta milhões de
dalits - uma casta da ìndia tratada
 de forma preconceituosa
Ao ler o texto Ecumenismo e missão: conceitos e práticas indissociáveis de Jacques Matthey; esforcei-me por me colocar, por alguns instantes, no lugar dos islâmicos, dos budistas, dos hinduístas ou mesmo de um cético e logo comecei a fazer uma análise do cristianismo como se vê atualmente, e a conclusão a que cheguei é que fica muito difícil crer nos ensinos de Jesus a partir, da forma com que se apresentam atualmente alguns que se dizem seus “discípulos”, mas que na verdade nada mais são que seguidores de uma religião que parece não ter nenhuma afinidade com o seu mestre e criador.  

Quando se trata então, da questão da unidade entre alguns "que se disseram" instruídos por Jesus em tempos diversos, ai então a gente pode deduzir a dificuldade de o mundo crer. 

Mesmo assim e apesar disto, não podemos nos esquecer que um dos grandes anseios de Jesus ao se dirigir ao Pai Celestial na oração sacerdotal, foi a unidade:


 “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste”. João 17:21.

Assim sendo, ao estudarmos sobre a Cristandade em lugares e tempos diversos, não podemos deixar de  admitir quão difícil tem sido que este anseio de unidade se cumpra; penso até que ele se cumprirá na sua integralidade somente na consumação dos séculos.


Entretanto,  creio também firmemente que este anseio:

  1. Deve pulsar no coração de qualquer discípulo do Nosso Senhor, que ama os seus ensinos.
  2.  Deve ser um sonho a ser perseguido incansavelmente, não obstante possa parecer para alguns uma mera utopia.
O grande problema é que até mesmo em tempo presente, apesar de vivermos em pleno século XXI, parece continuar faltando em expressiva parte "desta cristandade", o sentimento de nobreza que houve em Cristo e que foi corroborado pelo Apóstolo Paulo:

completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. 3  Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. 4  Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. 5  Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus...” Filipenses 2:3-5

Portanto, é inegável, infelizmente, que ainda hoje se observa em gente que diz que “crê” em Jesus, a ambição de conquistar pessoas, mas por mero sentimento de partidarismo.

E não é verdade que se pode constatar isto na visão equivocada de alguns movimentos proselitistas, travestidos de evangelísticos "de pseudo-evangelistas na verdade", mas com o intuito de dominar as massas, e de vangloriar-se de que: “se tem mais adeptos, conseqüentemente, mais poder! Poder de que? De manipulação?”.

Mas, sempre é tempo para ponderar. A mensagem de Jesus, embora, alguns pretensos guardiões da mesma se esforcem em ofuscá-la, continua respeitada quer seja por céticos ou por religiosos. Falar sobre o que Jesus falou, ressoa cura e reconciliação; ressoa cura para uma humanidade perdida na falta de uma referência fraternal;  para gente que se discrimina que se exclui por ideologias diversas; ressoa reconciliação entre raças que não se entendem, mas que no fundo acreditam que se não houver uma reconciliação urgente, viremos a  nos autodestruir.

Penso inclusive que a missão para se curar os relacionamentos dos povos, para a busca da reconciliação entre "classes diferentes" e "raças todas iguais", não seja exclusividade da cristandade; penso que na realidade, seja uma vocação inata do ser humano - é coisa de gente em cuja alma o Deus criador de todos espelha os seus anseios. Portanto, todos nós cristãos, podemos convidar a todos os povos, raças, tribos, línguas a: “construirmos todos juntos, um mundo melhor”, basta que nós que dizemos ser discípulos de Jesus Cristo sigamos a sua diretriz: 

Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Mateus 5:16.

Belíssimo trabalho realizado pela IMW em Moçambique
Que tal, então, alçarmos a nossa voz; não voz que compita, mas voz que clama por igualdade, por fraternidade, por justiça; voz que clama no deserto da indiferença humana por um mundo transbordante da graça de Deus. Voz profética que denuncie o mal e prenuncie um tempo que anseamos por raiar, tempo de paz e justiça para esta terra habitada pelo ser mais paradoxalmente, destrutivo e criativo – o ser humano.


Extraído de trabalho que apresentei para a  matéria ecumenismo, para o curso de bacharel em Teologia da UMESP          
          
Derciley Chaves Bastos

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Uma bela meditação sobre o assunto abordado é a questão da unidade cristã, pois observamos a Trindade sempre em harmonia trabalhando de uma maneira muito especial em todas as coisas.
    Diante deste quadro apresentado, é fato que devemos buscar o mesmo sentimento de nobreza que houve em Cristo Jesus''Jo 17:21'' , que haja também em nós esta unidade, pois todos os salvos foram comprados pelo mesmo preço, o sangue de Jesus, e não havendo lugar para as diferenças pessoais de valores nas igrejas, assim se deu diante da responsabilidade pela tarefa do crecimento do reino de Deus neste mundo.
    Havendo qualquer divergência à um sentimento contrário, não há operação do Espírito Santo. Isso significa que deve haver uma perfeita unidade de amor, não um mero relacionamento, porém, um elo de unidade verdadeiro, nobre, que busque em primeiro lugar o interesse pelo outro, ao invés dos nossos próprios interesses.
    Disse Jesus: '' Eu e o Pai somos um...''. Esta essência divina precisa estar em nós, somente assim a Igreja terá mais êxito na evangelização.
    Veja: em um lugar só '' existem mais de duzentos e cinquenta milhões de dalits, uma casta da Índia tratada de forma preconceituosa'' , é preciso amá-los como vidas preciosas aos olhos do Senhor. No coração do verdadeiro discípulo que ama os ensinamentos de Jesus, o que deve pulsar é esse sentimento. Se isto não está acontecendo conosco, precisamos pedir a Deus que aqueça esta chama em nós. Não basta somente cantar o mesmo hino, é preciso cantar no mesmo tom!
    Há pessoas que até fazem alguma coisa, contudo não oferecem amor e união. Precisamos alçar nossa voz neste sentido, na unidade cristã, sem esta contaminação em nós o mundo não vai crer. Somente unida, a igreja há de alcançar outras vidas e assim cumprir a sua missão aqui na terra.

    Antonio Luiz - Turma de sábado

    ResponderExcluir